Minha colega Simone Fernandes dizia hoje que não compreende como sua mãe dava conta de atender quatro filhos, atuar como professora, estudar e, ainda, realizar seus afazeres domésticos. "Não sei o que seria de minha vida se tivesse um filho!", declarou minha colega, aflita com a hipótese.
Mãe de "apenas" um menininha, estudante, professora, jornalista, dona de casa e esposa (muitas vezes, para a tortura do marido, a ordem é mesmo essa), fiquei matutando como de fato a mãe de minha xará administrava sua missão. Subitamente - passos apressados pela Padre Chagas durante o expediente - descobri!!!
Eureka!
Na época de Dona Lúcia, não havia internet, blog, facebook, orkut, twitter e mais um bando de atrações virtuais que consomem um tempo fabuloso de nosso cotidiano! Posso parecer careta - vocábulo de minha infância -, insensível, radical. O mundo digital é precioso e funciona como uma poderosa ferramenta que aproxima as pessoas e lhes dá acesso à informação e ao conhecimento. Sim!!! Reconheço e o usufruo com encantamento! Mas, confesso, há dias em que, se pudesse, não transitaria tanto pela virtualidade... Minha paciência se esgota com tanta demanda! E o tempo dedicado a minha filha também se reduz.
Ser mãe de quatro filhos em tempos sem internet, certamente, já foi desafio grandioso - e admiro mulheres como a mãe de minha colega! Porém, ouso defender: no atual mundo das ilimitadas redes sociais, penso que perdemos cada vez mais o controle de nosso tempo. Contraditoriamente, talvez seja este o preço a pagar pelos benefícios da tecnologia.
Há um sábio dito de meu marido que recupero neste momento para reforçar minha tese. Diz Renato com sensatez: "A rede que nos liberta é a mesma que nos escraviza." Seguindo sua constatação, penso que a rede que nos oferece o mundo é a mesma que nos absorve tanto tempo quanto o fazem nossos filhos.
Extra-extra extraversário anúncio poético!
Há 2 meses
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