terça-feira, 10 de novembro de 2009

Q Blz, prof. Tadeu!

Grata surpresa tive hoje quando assistia ao Jornal do Almoço. Meu estimado amigo, colega de especialização e de mestrado da UFRGS, professor Tadeu Rossato Bisognin apareceu faceiro, presente na Feira do Livro, com sua obra Sem medo do Internetês. Gostei de cara do título: bem marqueteiro, como devem ser os livros que aproximam a academia do público leigo!

Pois o fato me deixou radiante! É uma alegria ver um brilhante colega entregar aos leitores o fruto de seus estudos de mestrado, mostrando a riqueza da pesquisa linguística que desenvolveu. É uma satisfação assistir ao falante comum tendo acesso a estudos científicos capazes de fazê-lo refletir sobre a língua, fazendo-o sorrir ao longo dessa reflexão. Sim, Tadeu é aquela espécie de professor que tem sempre uma piada guardada no bolso e a liberta no momento certo, com inteligência e discrição. Tudo indica que deve ter pontuado a sua graça páginas a fora.

Mas, voltando à Linguística, é fundamental destacar que o livro do professor Tadeu realiza desejo contido no coração de muitos linguistas: contribuir com a divulgação de um campo de estudo praticamente desconhecido (e olha que nosso amigo Saussure o criou há quase cem anos...) Esse que reúne gente apaixonada pelas sutilezas e belezas da linguagem e da língua (essa que todo mundo confunde com Norma Culta). Se a Língua Portuguesa recebe capa de vilã, imagine o que pensam por aí sobre a ciência da Língua? Ou pior: nem se pensa nada, porque ninguém sabe pra que serve um linguista... Pois bem, Tadeu coloca na vitrine um campo de estudo quase ignorado e desmistifica o pavor do Internetês, mostrando que, tal como a Norma Culta, o dialeto da Internet deve ter seu espaço respeitado, que não se pode ignorar a língua viva do cotidiano, aquela que jamais deixará de ser usada quando se xinga ou se ama (tu conhece alguém que diga “Amo-te!”?).

Resta dizer o que disse Verissimo ao citar "Leite derramado" de Chico Buarque: ainda não li, mas já gostei! Chistes à parte, lamento demais ter perdido a sessão de autógrafos, pois o trabalho do professor Tadeu é imperdível. Logo que o tiver em mãos, voltarei a comentá-lo!

Por ora, como boa e modesta divulgadora que sou, busquei na página da Editora AGE uma sinopse sobre o livro:

O internetês pode ser visto pelos educadores como algo positivo, como um atestado vivo da transformação da língua que reflete a transformação do homem. Trata-se de um código de comunicação que se adapta a uma dada situação, tal como tantos códigos. E, a partir disso, é perfeitamente válido despertar a percepção dos estudantes sobre a diversidade de usos da língua falada e escrita e sobre as diferentes situações de comunicações relacionadas a esses usos. A escola tem muito a dialogar com essa nova escrita, pois nesse diálogo, em meio ao internetês, está o nosso aluno, um aluno novo e, ao mesmo tempo, um aluno bastante conhecido. Este trabalho, justamente, presta sua contribuição para esse encontro sempre tão necessário.

Parabéns ao nosso amigo Tadeu! Grande abraço!